Elias dia Kimuezo considera que a nova geração de músicos angolanos canta o semba de forma deturpada, o que o deixa “chateado”, sendo que inclusive “há indivíduos a gravarem e interpretarem músicas alheias sem autorização do dono”.
Para exemplicar, numa entrevista ao Rede Angola, o músico citou um caso que o afecta. “O Eddy Tussa gravou uma música minha sem autorização e uma rapariga também fez o mesmo com uma outra minha música. A que o Eddy Tussa gravou o título em português traduz-se em 'Minha Canção', e a miúda gravou o 'Nzala'", desabafou.
Entretanto, quando questionado se já contactou as pessoas visadas, o “Rei da Música Angolana”, como é chamado, retorquiu: “Para fazer o quê? Nós artistas temos a União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) para nos defender. Vamos ver no que isso pode dar, apesar de ainda não lhes ter levado essa preocupação. O pior é que essas músicas são comercializadas.
Eles fazem muito dinheiro com elas. O Eddy Tussa ainda se dá o luxo de afirmar em público que com a venda dos discos comprou terreno e vai construir uma casa”.
Elias dia Kimuezo considerou mesmo que esta situação se traduz, acima de tudo, numa falta de respeito. “E ainda é pior porque há uma série de músicas cantadas de forma deturpada, não só as minhas como as de outros artistas, porque esses miúdos não investigam e muito menos se chegam aos mais velhos para saberem em que linha devem se manter, tendo em conta os vários ritmos tradicionais que temos, e mais ainda, saberem o real significado das letras.
Que valor vais dar à música se interpretas algo que nem conheces?”, questionou-se o artista que vendeu o seu novo trabalho discográfico no dia 2 de Janeiro, data em que completou 80 anos de idade.
