Conhecida por elaborar peças de roupa exclusivas e geralmente para figuras de destaque da sociedade angolana (Ana Paula dos Santos entre outras), Nadir Tati é tida como uma das melhores estilistas angolanas cujo sucesso já não se limita ao mercado nacional.
O inquestionável talento da estilista angolana convenceu os editores da conhecida revista americana “Forbes”, a elaborar uma entrevista com Nadir Tati para falar das suas criações de moda e sobre o estado da moda angolana.
“Nadir Tati: A designer angolana que vende vestidos de 10.000 dólares” – É o título do artigo da respectiva revista.
“Muitas vezes tenho que explicar as pessoas o que significa o meu trabalho. Na Europa e nos Estados Unidos, a moda faz parte da sociedade. Em Angola, é algo que só estamos a aprender agora”, disse a estilista, que argumentou com o período de guerra civil vivido em Angola. “Apesar de já não haver armas, ainda é possível sentir uma sensação de guerra no país. Estamos a reconstruir Angola até hoje”, explicou.
“O vestido mais famoso que eu fiz para a primeira-dama é o azul que ela usou quando o Presidente foi reeleito em 2012. Ana Paula dos Santos possui muitos dos meus vestidos, trabalho constantemente em novas criações para ela. Tudo fica-lhe bem, é um prazer trabalhar para ela já que entende de moda e é uma das minhas principais fontes de inspiração. Quando vou à casa dela, conversamos muito e trocamos ideias para vestidos. O facto de ela poder pagar marcas como Armani e Prada, e ainda assim decidir usar as minhas peças, é uma honra”, contou.
Apesar de depender deste mercado, Nadir Tati sonha com o dia em que vai poder atender a maioria da população, que ainda sofre com a falta de água e electricidade. “O número de pessoas que conhece moda, porque compra em Lisboa e Paris, não representa a maioria”, reconhece a estilista.
Nadir Tati salienta que há um longo caminho a percorrer na indústria até que o país seja levado a serio como produtor de moda. “Temos um déficit de têxteis – noventa por cento dos tecidos que usamos vêm do exterior. Desde o fim da guerra, tanto os consumidores como os designers ainda estão a aprender o que é moda. Não temos formação desta área aqui, por isso a minha escola é o continente africano. Eu gosto de contar a história de África nas passarelles internacionais, por isso é importante mostrar também na Europa e outras partes do mundo. Quero a moda angolana no topo. Precisamos ser visto em todos os lugares”, concluiu Nadir Tati.
Fonte: Romi cenas e Rede Angola