A produção cinematográfica angolana marca presença no panorama internacional, com a estreia no Rio de Janeiro no CCBB – Centro Cultural Banco Brasil, do filme "Rainha Njinga". Para além da presença de grandes nomes da indústria cultural angolana tal como Coréon Dú, Ary, Lesliana Pereira e Sílvio Nascimento, o evento foi prestigiado pelos actores Miltom Gonçalves, Maria Ceiça e pelo director e actor António Pitanga.
Na estreia internacional do filme, a Semba Comunicação aproveitou a oportunidade para divulgar a cultura angolana, com apresentações de dança e música, numa combinação de tradicional e moderno pelos dançarinos do Bounce e pela actuação de um grupo de música folclórica. O filme estará em exibição entre os dias 12 e 24 de março (excepto 18) às 13h, no âmbito do projeto educativo do CCBB, que convida alunos para assistir e debater o tema em questão.
Segundo Maria Ceiça, "a importância desta obra está no facto de ela ser contada pelos próprios angolanos e trazida para cá para que nós compreendamos as nossas origens sem intermediários. A história de luta da rainha Njinga tem tudo a ver com as histórias dos negros no Brasil. Nós somos descendentes de Angola".
Sobre a performance de Lesliana Pereira, António Pitanga afirma "certamente nos óscares teria batido Lupita Nyongo".
Para retratar a história da guerreira o mais próximo possível da realidade, foi realizado um colóquio internacional sobre a rainha Njinga, com a participação da UNESCO.
Para retratar a história da guerreira o mais próximo possível da realidade, foi realizado um colóquio internacional sobre a rainha Njinga, com a participação da UNESCO.
Recordamos que a história do filme começa em 1617, ano em que o pai de Njinga, o rei Kilwanji, morre. Njinga é testemunha do crescente domínio português e da perda de soberania dos povos. Ao presenciar o declínio do reino, dá início à luta de libertação dos Mbundu. Após quatro décadas de conflito com o lema "quem ficar, luta até vencer", é selada a paz com os portugueses, que a reconhecem como a rainha de Matamba e Ndongo. Surpreso, Miltom Gonçalves comenta "Angola nos surpreendeu a todos, se continuar a trabalhar assim pode ultrapassar o nível de qualidade do Brasil. Produção fantástica". Ainda para este ano está prevista a estreia da minissérie em Angola e o lançamento do filme em Portugal.